No passado, no tempo dos governos sociais-democratas, eram anunciadas para Viseu, infraestruturas de que a região carecia, mas, com a chegada dos novos governantes socialistas ao Poder, eram as mesmas suspensas ou desviadas para outras cidades.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Universidade Pública, que “saltou” de Viseu para a Covilhã, que nem é capital de distrito. Foi assim com a Faculdade de Medicina, que foi parar à mesma cidade. Foi assim com outras coisas importantes que têm passado ao lado destas Terras de Viriato.
É ainda a auto-estrada que Viseu e a região não têm, nem se sabe quando a terão, quando é certo que, na vigência de um governo socialista, há mais de dez anos, teria sido anunciada três vezes, com direito a descerramento de placas, tão grande e tão espalhafatosa era a “festa” dos anúncios”. Toda a gente com memória, lembra-se perfeitamente disso.
As populações da região, na verdade, têm visto muitas coisas de que precisam, por um “canudo” e que, só muito tardiamente, hão-de ver ou mesmo nunca as conseguir vislumbrar.
É a sina da nossa terra e da nossa gente. Trabalha muito, cria emprego, cria riqueza e bem-estar, mas tal nunca tem o reconhecimento devido de Quem de Direito. A unidade de Radioterapia, tem sido, também, um “calvário” para que consiga chegar ao tempo de funcionar em pleno, para apoio e ajuda a quem precisa, evitando grandes deslocações.
Fala-se muito, também, no regresso da ferrovia a Viseu, como desígnio de todas as capitais de distrito, gizado pelo mesmo Governo socialista, unindo Aveiro à fronteira espanhola, ligando à Linha da Beira Alta. O tempo dirá se foi mais um anúncio de intenções, ou se, na verdade, falava a sério e a Linha é mesmo para se fazer.
Nestes últimos dias, mais uma polémica estalou com o anúncio da criação de um polo do Centro de Estudos Judiciários que, para não variar, vai ser instalado numa cidade nortenha, do litoral, que nem é capital de distrito, em detrimento do interior. Neste transe, os deputados do PSD questionaram nesta última terça-feira (dia 23/12023) a Ministra da Justiça sobre as razões que levaram a essa decisão, preterindo as Terras de Viriato.
Num requerimento dirigido à ministra da Justiça, os deputados referiram querer saber “quais as razões e as causas que levaram o Governo a instalar o novo pólo do CEJ numa cidade do litoral do país, mesmo depois de Viseu se ter disponibilizado a arranjar um edifício para acolher o organismo que forma juízes e procuradores do Ministério Público”.
Sabendo-se que havia três cidades em cima da mesa para a sua instalação, sendo Viseu, Aveiro e Coimbra, os deputados laranja questionaram a titular da pasta da Justiça sobre quais são as razões e critérios objectivos que presidiram à escolha de Vila do Conde para o novo polo do Centro de Estudos Judiciários.
Fala-se muito no interior, na interioridade, na baixa densidade, na desertificação, no social, mas, na hora de decidir, o Governo prefere as clientelas do litoral e das grandes cidades.
Esta é que é a verdade, que leva os beirões a acreditar, cada vez mais, na proscrição da sua terra, o tal “Cavaquistão”, como lhe têm chamado todos aqueles que, empunhando a bandeira do socialismo, da justiça social, da democracia, da liberdade e dos valores de Abril, na prática, comportam-se de maneira tal, que mais parece estarem nos antípodas, ou seja, no lado oposto, na terra do quero, posso e mando…