S. JOÃO DO MONTE E AS SUAS GENTES NO LIVRO DE JORGE HENRIQUES PEREIRA

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Outras ancestralidades

A freguesia, a vila e as gentes de S. João do Monte, estiveram em foco na altura do lançamento do livro “São João do Monte – outras ancestralidades”, da autoria de Jorge Henriques Pereira, que aconteceu na noite de sábado, dia 5 de Agosto, nas instalações da Junta de Freguesia.

Ao acto, estiveram presentes o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Tondela, João Carlos Figueiredo, que presidiu à sessão, ladeado pelo autor, o presidente da autarquia, Paulo Dinis e Mário Duarte Martins, que fez a apresentação do livro.

Na plateia, fizeram-se representar antigos presidentes de Junta, o pároco da freguesia, padre António Pereira Felisberto, o padre António Duarte, dali natural e pároco do Guardão, o vereador do município, Fernando Sousa, entre outros elementos da assembleia de freguesia e público em geral, entre ele, o bem conhecido Tino de Rans, previamente convidado por amigo.

Sobre o autor e sua obra, Mário Martins, nas suas primeiras palavras, disse que “os serranos e suas ancestralidades são um dos testemunhos escritos que faltavam para que a história e a identidade da nossa terra seja preservada”, acrescentando que “faltava mesmo que alguém se dispusesse a contar por escrito a realidade da vida das aldeias da nossa meninice para que fique para a posteridade”.

  • S. João do Monte – “um gueto” entre
  • freguesias vizinhas

No fundo, o apresentador, homem ligado às actividades mais dinâmicas da freguesia, deixou um autêntico retrato de tudo aquilo que o seu autor quis espelhar no livro, referente ao seu passado ancestral, vivido ao longo dos séculos e das décadas, por todas as gerações. No entanto, urgia pensar no “futuro para as nossas gentes e as nossas terras”.

E acrescentou: “Hoje, no centro de um circuito que não terá muito mais de 30 kms de raio, estamos cercados por belíssimas zonas industriais que absorvem a mão-de-obra que escasseia. Para além da exploração florestal e da construção civil toda a gente abala ao fim de semana para os locais onde trabalham todos os dias em carros particulares ou das firmas. Que futuro para quem por cá fica ou regressa ao fim do dia?”.

Mário Martins, secundou o o autor, quando escreve: “Porque razão se atrasou o concelho de Tondela e que fez que a freguesia seja um gueto entalado entre Arca, Macieira de Alcoba e Varzielas que já têm água ao domicílio e saneamento e nós não?”

  • Silvicultura, criação de gado e turismo
Jorge Henriques Pereira

Com o autor, que o expressou, claramente, todos estão de acordo que a silvicultura e a criação de gado, a par do turismo, podem ser as alavancas para a fixação das pessoas. Mário Martins disse mesmo que “o turismo é já hoje uma realidade da nossa terra. Por aí proliferam alojamentos locais, restaurantes, etc. e por aí vemos com muita frequência pessoas a passear mas tudo de iniciativa privada tantas vezes dificultada pelo poder autárquico. É necessário inverter este estado de coisas e convencer os senhores do poder que a União de Freguesias de S. João do Monte e Mosteirinho também são serra do Caramulo e então o progresso chegará”.

Para o presidente da Junta, o primeiro a usar da palavra, falando do livro e do autor, diz que “o livro tem pormenores interessantes, onde se vê o amor à sua terra” e é um “guião de divulgação das nossas gentes e dos nossos valores”.

O vereador da Cultura do Município de Tondela, deixou os seus parabéns ao autor por “transpor para memória futura os hábitos e tradições e este livro vai ser importante na transmissão desses saberes e registos fundamentais da nossa vida colectiva”, tendo garantido a aquisição de alguns exemplares por parte do Município.

Falando das candidaturas ao Património Imaterial da Humanidade, da Louça Preta, da Festa das Cruzes e do Ciclo do Linho, o também vice-presidente da Câmara Municipal de Tondela deixou bem vincada a ideia de que “S. João do Monte tem futuro”.

Encerrou o autor, que agradeceu a presença de todos e à sua própria família, ali presente, pois o Mário já tinha dito quase tudo, deixando a ideia de que “o livro é um contributo para que a nossa riqueza cultural não fique perdida no tempo”.

O autor anunciaria que a receita da venda do livro, reverterá a favor do Centro Paroquial de S. João do Monte, onde ficará disponível aos leitores interessados.

ZÉ BEIRÃO