
Por Zé Beirão
A democracia socialista
O primeiro-ministro indigitado ouviu os partidos com assento parlamentar, excluindo, à partida, o partido “Chega”, de André Ventura, dando a entender, desta forma, o grau de democracia de que é feito o PS e o próprio António Costa.
Os partidos, quer sejam de direita, do centro ou da esquerda, foram eleitos pelo povo e um governo, seja ele qual for, terá de entender-se, nas bancadas dos grupos parlamentares, com os representantes desses partidos.
O “Chega”, que quer ter a vice-presidência da mesa da Assembleia da República, não é um partido da estrema direita, mas sim, da direita, que tem toda a legitimidade, face aos seus resultados eleitorais, de marcar a sua actuação pela positiva, contrapondo as políticas socialistas com uma visão correcta da nação mais acantonada à direita, ou, se preferirem, mais do centro à direita.
O jornalista e agora também cartoonista, Zé Beirão, apanhou o lado cómico da situação, pondo a falar o André Ventura, o António Costa e a Catarina Martins que, nas últimas eleições, de 19 deputados, apenas conseguiu eleger cinco. É a vida, o CDS também desapareceu da Assembleia da República e vai ter que se desvirar…
O Chega assevera que, sem a sua participação na mesa da AR, a democracia fica coxa, uma vez que o poder ficaria, apenas, nas mãos do PS.
O Costa mandou-o calar, pois quem manda disse ser ele, mas teme o avanço da “estrema direita”.
Na circunstância, fazendo jus ao tempo que os partidos de esquerda estiveram mancomunados na “geringonça” de má memória, pois foram os partidos mais à esquerda que fizeram cair o governo, a Catarina lembraria o “chefe” para não se preocupar, pois, não obstante o BE ter apenas cinco deputados, seriam os bastantes para tudo fazer para afastarem a direita do poder…