GALARDÕES EM DIA DO MUNICÍPIO e anúncio do arranque de novos projectos para Tondela

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Padre António Zé

O Padre António Zé, a fundação budista Tzu Chi e Ana Abrunhosa, galardoados com medalhas do Município

João Ataíde, ao lado dos autarcas de Tondela

O Município de Tondela entregou, no dia 16 de Setembro (Feriado Municipal), os galardões municipais, cabendo a Medalha de Mérito Municipal ao padre António José de Figueiredo Marques, a Medalha de Valor e Altruísmo, à Fundação Budista Tzu Chi e a Medalha Municipal de Ouro, à presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C), Ana Abrunhosa.

A sessão solene evocativa do Feriado Municipal, que decorreu ao final dessa tarde no Auditório Municipal da cidade, contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, entre tantas personalidades convidadas da região, que destacou a dinâmica do concelho de Tondela, depois de ter sido assolado pelos incêndios de 2017.

Para o presidente da Câmara Municipal de Tondela, José António de Jesus, a atribuição dos galardões municipais personifica o reconhecimento público a diferentes personalidades e instituições.

  • O POR QUÊ DOS GALARDÕES ATRIBUÍDOS
Ana Abrunhosa

O padre António José, completou 75 anos de vida e 50 de sacerdócio, sendo pároco da freguesia de Mosteirinho desde que foi ordenado e, depois, das freguesias de S. João do Monte e Varzielas.

O seu trabalho não seria nada fácil, porque no tempo em que foi de Tondela, sua terra natal, para a Serra do Caramulo, não havia estradas capazes nem luz eléctrica e, por isso, foi como que um “desterro”, mas o Bispo da Diocese assim o determinou.

Fundação Budista Tzu Chi

Já a Fundação Budista mereceu a distinção da Câmara de Tondela, pelo seu contributo inestimável, no apoio às vítimas dos incêndios de 2017, com uma dádiva em dinheiro às famílias, na ordem dos 200.000 euros.

Quanto à medalha de ouro, atribuída a Ana Abrunhosa, enquanto presidente da CCDRC, fica a dever-se ao seu forte empenhamento e acompanhamento de perto de todos os processos e respectiva celeridade, após o grande incêndio, na reconstrução das casas de primeira habitação, perdidas pelos locatários na voragem das chamas.

  • SESSÃO SOLENE DO FERIADO MUNICIPAL
José António de Jesus no seu discurso

Depois de saudar todos os convidados presentes e as associações aniversariantes, nomeadamente os Bombeiros Voluntários de Tondela (96 anos) e a Filarmónica Tondelense (117 anos), José António de Jesus lembrou a realização das festividades da FICTON, que era sempre um momento marcante pelo encontro, a partilha e a confraternização e, também, um tempo em que “nos unimos em objectivos mobilizadores para o nosso concelho, sempre com o mesmo propósito, reforçar a dinâmica empreendedora, fortificar a actividade geradora de crescimento, potenciar o bem-estar dos nossos concidadãos”.

No dia do Município, o autarca enalteceu o contributo dos funcionários municipais e seus dirigentes, que com o Município “partilham a ambição de serviço, que deve responder às estratégias de desenvolvimento que traçamos para o nosso concelho”, mas também era um dia de “avaliação e de projecção no futuro”.

E aqui lembrou o ano marcante pelo facto do Município ter “concretizado um objectivo superior”, que se sobrepôs a tantos outros, pois “tínhamos de tudo fazer para que, no menor tempo possível, se construíssem mais de 120 habitações permanentes que haviam sido atingidas pelos incêndios de 2017”.

A plateia da sessão do Feriado 2019

Mas vencidos tantos obstáculos, “é uma alegria, sem paralelo, sentirmos que superámos a mais difícil tarefa que se poderia colocar a um autarca. Reconstruir, inspirar confiança, garantir o conforto da proximidade, junto de todos”, deixando aqui, por esse motivo, o seu agradecimento a todos os colaboradores do Município, em apertada colaboração com a equipa da CCDRC.

Segundo revelou no seu discurso, o autarca lembrou a satisfação que teve em ver reerguidas as empresas, cujas unidades fabris foram destruídas pelo fogo e os investimentos que foram feitos em várias explorações agrícolas, com o apoio à aquisição de equipamentos.

Também referiu a reconstrução operada no Centro de Tratamento de Resíduos do Planalto Beirão, com mais de seis milhões de euros de investimento, para repor e optimizar o serviço, que foi fortemente penalizado nos incêndios, contando, aqui, “com o apoio relevante do programa REPOR, da CCDRC, o Fundo Ambiental e a reprogramação das candidaturas financiadas no âmbito do POSEUR”, deixando o seu agradecimento a João Ataíde pelo seu empenhamento no processo.

  • ORDENAMENTO, FLORESTAL, UM GRAVE
  • PROBLEMA DA REGIÃO
Os eucaliptos em cima das estradas. O povo não tem emenda…

No seu cuidadoso discurso, o autarca referiu-se ao ordenamento florestal, que continuava a ser um “grave problema na região e no país” e que desde cedo alertou para “os perigos que representa a regeneração florestal”, que está a ocorrer em solos que foram atingidos pelo incêndio, havendo zonas que já foram limpas de infestantes, mato, mimosas e eucaliptos e que, passados poucos meses, tudo está na mesma e acrescer desordenadamente.

Livrar esses solos, criar protecção das estradas, para si, implicaria que esses trabalhos a ocorrerem em domínios privados, na satisfação do interesse público. Assim não sendo, “tudo o resto é criar a ilusão de que o problema se resolve por si só” e o concelho tem mais de 700 quilómetros de estradas, a precisar de uma “intervenção excepcional”. Por isso, é que o autarca reafirmava que este era um problema que “acompanhará os nossos territórios do interior nos próximos anos”, pois, “enquanto não se resolver o ordenamento florestal e não se valorizarem os recursos centrados na floresta e na sua gestão, viveremos em sobressaltos em cada período crítico”, sustentou.

  • NO VIRAR DE PÁGINA, A RESOLUÇÃO DOS
  • PROBLEMAS DE CRESCIMENTO

Com o virar de página da reconstrução das casas perdidas no fogo, fruto das alterações climáticas, “estamos a recuperar o que teve de ficar para segundo plano, face à urgência do que se colocou como prioridade” O autarca falava naquelas obras estruturantes para o concelho, já em carteira há anos.

Depois da autarquia ter conseguido a expansão da Zona Industrial do Lajedo, com a instalação da nova fábrica alemã de componentes para o automóvel, que já ultrapassou e muito, em escassos dois anos de funcionamento, mais de 650 trabalhadores, referiu José António de Jesus que ali se instalarão mais três médias empresas.

Assim sendo, era mister prosseguir com a requalificação da área de acolhimento empresarial, favorecendo a futura ligação alternativa, que permita melhorar as acessibilidades e a segurança, em particular às povoações da Ribeira e as Raposeiras, garantindo uma ligação ao IP3, em Tondela.
O autarca lembrou, depois, que vai ser iniciada a “grande obra de requalificação e ampliação da Zona Industrial de Tondela, cujo processo foi remetido para visto do Tribunal de Contas”, no final da semana anterior, “uma obra superior a três milhões de euros, com financiamento no âmbito do PT2020, no quadro da CCDRC e que vai abrir portas para a instalação de mais projectos de maior oferta de trabalho e de mais empresas”.

  • CONSTRUÇÃO CIVIL A CRESCER…

Em paralelo, “estamos a assistir a um dos maiores impulsos na construção civil no nosso concelho, aumentando a oferta de habitação, imprescindível para acolher quem aqui vem trabalhar e aqui quer viver”, disse e acrescentou: “Mas não é só na cidade que se vê esses crescimento, que há mais de uma década não se via, como é o caso da generalidade das aldeias e freguesias, o mercado imobiliário está em evolução crescente”, afirmando que “nunca se transaccionaram tantas casas. Se isto não é sinal de crescimento, o que será? – interrogou-se o autarca.

Todos estes projectos, para si, estavam a dar “maior dimensão e atractividade ao nosso concelho. Tondela está no mapa, todos o reconhecem. Esta dinâmica não deixará de se notar em novos espaços comerciais e no plano que, brevemente, apresentaremos, de mobilidade, que criará os transportes urbanos na área da cidade e transportes flexíveis a algumas povoações, não deixa de contribuir com circuitos às zonas industriais em função desses corredores de mobilidade”.

  • CENTRO TECNOLÓGICO E FRENTE
  • RIBEIRINHA
O rio Dinha é uma floresta…
Azulejos a preservar no mesmo local

Finalmente, o avanço das obras do Centro Tecnológico e de Empreendedorismo, cujo visto já foi concedido pelo Tribunal de Contas, com a reconversão da antiga e primitiva adega, localizada na margem esquerda do Rio Dinha, numa área de acolhimento à inovação, aos empreendedores, projecto para cerca de três milhões de euros, a que se associará a denominada Frente Ribeirinha, “que agora se espera que as contingências associadas à negociação de uma das parcelas do terreno, sejam ultrapassadas”.

“Queremos continuar a construir um concelho que crie mais emprego, mais valor, mais riqueza, mas onde a solidariedade e a qualidade de vida, seja um trabalho para todos os nossos concidadãos. Deforma contínua e permanente, queremos prosseguir este caminho”, enfatizou.

“A estes indicadores, queremos juntar uma educação que se centre nos valores da oferta educativa, na qualidade dos nossos equipamentos, na promoção cultural e no estímulo de uma cidadania activa na fruição dos valores da nossa sociedade”.

É neste conjunto de potencialidades que alimentamos a construção do nosso concelho, este concelho de Besteiros, que seguia ‘Ao Tom-d’ella’ no fortalecimento das competências, na coesão, na inclusão, na igualdade, na valorização do trabalho e do mérito. Dia-a-dia, somos chamados para este trabalho infindável, no qual todos somos construtores do nosso futuro, sempre convosco. Viva o concelho de Tondela”, foram as últimas palavras do discurso do presidente da Câmara Municipal de Tondela.

 ZÉ BEIRÃO