FESTA DAS CRUZES NO INVENTÁRIO NACIONAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL E IMATERIAL DA UNESCO

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O Município de Tondela, preocupado em preservar e divulgar os elementos identitários do seu território, avançou com o processo de pedido de inscrição da Festa das Cruzes do Guardão no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

Esse propósito, foi dado a conhecer pelo vereador da Cultura, João Carlos Figueiredo, no final da missa campal, realizada junto à Igreja do Guardão, na Festa das Cruzes, do último sábado, dia 28 de Maio.

A Câmara Municipal de Tondela entende que “inscrever a herança cultural no Inventário Nacional é a única forma de protecção legal do nosso património, juridicamente válida. É também a forma de valorizar o papel identitário das tradições e do nosso saber fazer. É o património que nos torna únicos, neste mundo cada vez mais global. Por isso, entende ser sua obrigação o registo, estudo e a partilha com as gerações vindouras, sejam elas oriundas ou não do território”.

Neste trabalho vão ser usadas as metodologias consagradas na Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, da UNESCO, e nos normativos da DGPC.

Por estes dias, já esteve uma equipa no terreno que acompanhou as ladainhas, falou com algumas pessoas que asseiam as cruzes e até assistiram ao asseio de algumas. Tudo foi filmado e fotografado para fazer parte do registo da candidatura.

Numa segunda fase, será feita uma recolha de fotografias, documentos e estudos desta festividade e a equipa ouvirá outras pessoas com quem não teve oportunidade de falar, por estes dias.

Por fim, “será elaborada a candidatura e um Plano de Salvaguarda a 10 anos. Desta candidatura, farão parte os percursos das ladainhas, os gestos e os rituais, o património religioso associado, o modo de assear as cruzes e os materiais utilizados, o abraço das cruzes e todos os rituais associados, tudo o que directa ou indirectamente contribui para que esta festividade tenha particularidades únicas”.

FESTA DAS CRUZES EM 2022

Findas as cerimónias religiosas, com os párocos das quatro paróquias envolvidas – Guardão, Santa Eulália, Castelões e Santiago – as festas populares continuaram durante o dia e no dia seguinte (Domingo), num arraial bem animado por vários conjuntos musicais, entre eles o Grupo de Cavaquinhos do Caramulo e cantor Ruizinho de Penacova.

No recinto, havia bebidas e petiscos, nomeadamente frango de churrasco, faltando, contudo, uma barraca que servisse almoços, como nos anos anteriores. E, claro, houve muito tempo para encontrar os amigos e, daí, a natural cavaqueira, sempre com muita alegria e animação, durante os dois dias de festa.

Quanto à realização da mesma,no sábado e não na Quinta Feira da Ascenção, as opiniões dividem-se, pois não sendo feriado, no dia próprio, há membros das famílias que não poderão vir, porque trabalham nesse dia.

ZÉ BEIRÃO