
Uma acção de reflorestação levada a cabo em 21 de Fevereiro, no Monte de S. Marcos, em Santiago de Besteiros, deixou no terreno, que foi devastado pelas chamas de 15 de Outubro do ano findo, nada menos de 3.000 pinheiros mansos e medronheiros.
O evento, teve o patrocínio da empresa “Águas do Planalto” e o apoio da Câmara Municipal de Tondela, da Junta de Freguesia de Santiago e da Secretaria de Estado das Florestas.
Uma centena de crianças da EB 2,3 de Campo de Besteiros, participaram na reflorestação, ajudadas pelos seus professores e auxiliares de educação, com a presença do presidente do Município de Tondela, José António de Jesus e do secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas.
Fazer renascer a floresta
O governante, aos jornalistas, disse aquela acção visa “fazer renascer a floresta” no concelho, com um sentido de futuro, uma vez que as espécies plantadas são autóctones da região, que vão substituir o pinheiro bravo, com um sentido de diversidade que a floresta necessita.
“Esta é uma iniciativa que é feita com crianças para quem queremos passar a mensagem positiva e de esperança é muito importante e daí o Governo ter-se associado”, sublinhou Miguel Freitas, afirmando que o mais importante do que fazer renascer é proteger a floresta que não ardeu.
Nesse sentido, o Estado vai fazer no território da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, numa iniciativa que será liderada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, 130 quilómetros de rede primária. Um trabalho que, como sublinhou o secretário de Estado, vai ser concretizado em conjunto com os municípios e os baldios.
Sensibilização dos proprietários na defesa das populações e dos seus bens
Reconhecendo a elevada consciência do Município de Tondela, em relação ao que é preciso fazer e cujas acções no terreno o demonstram, como é o caso da compra de terrenos à volta das zonas industriais para manter um perímetro de segurança, o governante desafiou os municípios a fazer o que é prioritário para a segurança das populações e dos bens. Um trabalho que se deve focar também na sensibilização dos proprietários para a importância de salvaguardarem os seus terrenos e os do vizinho e que devem envolver os municípios.
Para José António de Jesus, esta é uma iniciativa que permitia mostrar “que é possível termos uma acção pedagógica e é possível olhar para o território e, nomeadamente, para este interior com uma ambição diferente no sentido de lhe dar valor económico e sustentabilidade”.
“Renovação económica, paisagística e florestal”
“Até ao limite dos nossos recursos, iremos definir e concretizar prioridades, nas condições que nos sejam possíveis”, disse o autarca e acrescentou: “Mas é importante que saibamos gerir estas responsabilidades e saibamos definir o que é prioritário em cada momento”.
O autarca destacou a protecção das zonas industriais e a necessidade de criar segurança nas vias rodoviárias com a manutenção das faixas de prevenção, reconhecendo que não se pode ter a ilusão de acreditar que tudo é possível.
Quanto à iniciativa que decorreu no Monte de S. Marcos, o autarca sublinhou o carácter pedagógico muito importante. “Julgo que todos nós, a sociedade portuguesa, precisa de ter uma nova valorização sobre o espaço florestal sobre a forma de povoamento do território garantindo uma renovação económica, paisagística e florestal”.