Feriado Municipal assinalado com seis homenagens
Tondela celebrou em 16 de Setembro o Feriado Municipal e, com ele, a homenagem a cinco personalidades do concelho e a uma empresa, numa sessão presidida pelo ministro da presidência, António Leitão Amaro, juntando as forças vivas locais, o executivo municipal, presidentes de junta e membros da Assembleia Municipal.
A medalha de mérito municipal foi entregue à empresa SPMAQ – Soluções Projectos Máquinas, sediada na Zona Industrial de Vilar de Besteiros.
O médico ortopedista António Lopes de Figueiredo recebeu o mesmo galardão, tal como Joaquim Luís Cleto Lopes da Rosa, antigo director da rádio Emissora das Beiras, e Victor Ferreira Monteiro, antigo vereador na Câmara Municipal, ambos a título póstumo, estes representados pelas suas famílias.
Já a medalha de valor e altruísmo foi entregue a Joaquim Rodrigues Simões dos Santos e a medalha municipal de ouro a José Manuel Duarte Sampaio, dois antigos militares de Abril, naturais do concelho.
“Este é o dia maior do nosso município, é o dia em que celebramos as nossas vidas colectivas, os feitos do desenvolvimento do nosso concelho, quem esteve, está e continuará connosco na precursão deste objectivo que é a promoção do desenvolvimento da nossa comunidade”, começou por afirmar no seu discurso a presidente da Câmara, Carla Antunes Borges, deixando um cumprimento especial a todos os homenageados e às suas famílias.
“30 ANOS DE DESENVOLVIMENTO”
“Hoje é um dia muito importante para Tondela. Este ano celebramos os 30 anos da Feira Industrial e Comercial de Tondela (FICTON), são 30 anos de desenvolvimento em que através da promoção do nosso tecido comercial e industrial conseguimos atingir objectivos muito importantes no desenvolvimento do concelho”, acrescentou a autarca, frisando que a FICTON é hoje o “reflexo” dos feitos que o território conquistou nas últimas três décadas, graças ao empenho de todos: autarcas, empresários, artesãos, entre outros.
Aos convidados e homenageados no Feriado Municipal, Carla Antunes Borges explicou que 2024 “foi um ano de grande sucesso e de grandes alcances por parte do executivo”, dando como exemplo “duas importantes obras”: a requalificação da USF Cândido Figueiredo, em Canas de Santa Maria, e do Pólo de Saúde do Caramulo, intervenções que custaram meio milhão de euros.
Já naquela semana, tinham arrancado as obras de reabilitação do edifício do Centro de Saúde de Tondela, que estão orçadas em 1,7 milhões de euros, faltando nesta área apenas executar a reabilitação da Extensão de Saúde de Lajeosa do Dão, um projecto que “o executivo está profundamente empenhado em levar a cabo”.
Às obras na saúde, a presidente da Câmara de Tondela acrescentou outras realizações como a ampliação das zonas industriais, o lançamento da estratégia local de habitação, o novo sistema de águas residuais Tondela Norte e a abertura do Centro de Recolha Oficial de Animais e que “demonstram bem o pulsar do concelho”.
Carla Antunes Borges aproveitou o momento para sensibilizar o ministro da presidência e o Governo para a necessidade de serem adoptadas “políticas que permitam que os municípios possam dar uma resposta” ao crescente número de animais abandonados. “É necessário termos políticas mais proactivas e que os municípios tenham linhas de financiamento para parques de matilhas”, defendeu.
A autarca fez ainda o ponto de situação de outras empreitadas financiadas por fundos comunitários, como a frente ribeirinha e o Centro Tecnológico e de Empreendedorismo, que se encontram concluídas, mas em que é preciso realizar mais trabalhos que não foram candidatados aos dinheiros de Bruxelas.
No encerramento da cerimónia, o ministro da presidência, António Leitão Amaro, fez questão de agradecer a todos os homenageados por tudo aquilo que fizeram nas mais variadas áreas.
“É uma grande honra aqui estar, enquanto membro do governo da República, essa honra no caso da nossa terra [natal] transforma-se em sentido de responsabilidade”, disse, agradecendo a Tondela por tudo aquilo que o concelho lhe proporcionou na sua vida.
“TERRA DE OPORTUNIDADES”…
O governante acrescentou que fruto da duplicação da verba do orçamento de estado para habitação pública, o concelho de Tondela poderá ver aprovada a candidatura apresentada ao Plano de Recuperação e Resiliência no âmbito da estratégia local de habitação.
Conhecendo bem o território, António Leitão Amaro concluiu a sua intervenção afirmando que Tondela é uma terra de “oportunidades de desenvolvimento industrial ou turístico”, destacando, em particular, a Serra do Caramulo,
“Temos que aproveitar as oportunidades e o alinhamento entre actores locais e nacionais que queiram investir naquele espaço [serra], do município e a importância estratégica que tem para o Governo. Espero também nessa matéria que consigamos ter novidades nessa frente”, adiantou.
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- DO DIRECTOR DO “BEIRÃO ONLINE”
Causa-me uma certa estranheza o facto do nosso concelho se contentar com pouco, pois além da área da saúde local, um tema sempre actual, apenas se tem ido um pouco mais além noutras áreas e aqui a carência de um bairro de habitação social, para além da compra de algumas casas velhas para recuperar. A Rua de Baixo é só pardieiros. A Pensão Matos e suas envolvências degradantes, continua a ferir a sensibilidade dos tondelenses, sendo tempo mais do que suficiente para arrancar com as obras, tanto mais que o projecto estava em apreciação no Tribunal de Contas há mais de dois anos.
Por outro lado, ninguém fala, mesmo os que nasceram no Caramulo, na reactivação do Quartel da GNR, propriedade do Estado, ali a estiolar e às “moscas”, enquanto se paga renda noutras latitudes bem próximas.
E fico-me por aqui, já que não quero criar qualquer frisson com a nossa autarquia, que muito admiro, agora chefiada “AO TOM D’ELLA”…
PS – Uma palavra mais. Tondela e seu território estão mais pobres. A nossa “Rádio TOM DELA” – Emissora das Beiras, calou-se para sempre e, no seu lugar surgiu a “Rádio Observador” (91.2 FM), que agora diz estar em Viseu, quando, na verdade, está em Tondela.
Também a velhinha “Folha de Tondela”, o jornal mais antigo do Distrito de Viseu, parece que chegou ao fim dos seus dias, pelo menos no formato em que, há 118 anos, nos habituou, sendo mais uma voz que se perde no vasto território tondelense.
E assim vai um concelho a perder, cada vez mais, a sua independência. É também assim na questão das polícias e dos tribunais. Um concelho que é o segundo maior e mais populoso do distrito, o mais exportador da região, sujeito ao quero, posso e mando de concelhos bem mais pequeninos e com pouco significado.