VERDADE OU COMÉRCIO?

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Deixemos para os historiadores a investigação dos motivos que, desde sempre, mesmo quando os cofres se encheram de ouro, impediram Portugal de modernizar-se e fundar uma sociedade do Bem-Estar.

Gerações e gerações de famílias portuguesas afundaram-se em miséria, exploração, escravatura disfarçada, desaproveitamento de oportunidades, incapacidade para criar riqueza. Somos tão incapazes que conseguimos, num país de recursos marítimos imensos, darmo-nos ao luxo de importar peixe e desaproveitar portos, vias marítimas, belezas naturais do litoral e do interior.

Portugal foi bafejado pela natureza com recursos incontáveis para desenvolver um turismo de qualidade. As paisagens e os monumentos, os museus e tantos lugares históricos e de culto, constituem um património capaz de transformar um turismo de pé descalço, que tanto gabamos, num turismo de milionários. Outros virão aproveitar-se daquilo que nós não sabemos potenciar.

Acontece o mesmo com a agricultura. Sempre nos encheram os ouvidos com o chavão que a única agricultura rentável era o trigo do Alentejo, trabalhado à custa do esforço de legiões de escravos mal pagos e sem direitos. Mas, eis que vieram os espanhóis, os holandeses, os ingleses, e outros, e logo o milagre aconteceu: toneladas de legumes, de flores, de frutas, e de outros produtos, partem de avião, diariamente, por esse mundão fora.

  • Acabar com os lacaios vendidos
  • aos partidos

O desleixo, o deixa-andar, enriquecer o saber dos jornalistas e dos políticos, dar ao povo a oportunidade de escolher, verdadeiramente, os políticos que defendem o país e acabar com os lacaios vendidos aos partidos.

Veja-se, recentemente, o exemplo acabado do que não deve acontecer: ir buscar um autarca da Guarda para ser eleito pelos Açores. Que se pode esperar dele? Vai tirar um curso intensivo sobre os Açores para lutar pela região ou vai dizer sim a tudo quanto o Partido lhe mandar? Será um verdadeiro deputado? Ou será apenas mais um pau-mandado do chefe?

  • É preciso transformar as escolas,
  • os programas e os conteúdos

É preciso transformar as escolas, os programas e seus conteúdos, os métodos de ensino, apostar na inovação. As escolas nunca serão úteis à sociedade portuguesa se não ensinarem a saber fazer.

Teorias há muitas, modelos não faltam.

Mas, só valerão a pena se da sua aplicação resultarem cidadãos capazes de criar uma sociedade que respeite a dignidade humana e por ela saiba lutar de modo a que Portugal seja um país em que todos estejam preparados para saberem escolher e para terem a oportunidade de criar uma civilização da Felicidade. Para todos. 

Leonel Marcelino

NOTA: As fotos (arquivo) são da responsabilidade do “Beirão Online”