SENHORA DO CRASTO EM LOBÃO – UM SANTUÁRIO A TER EM CONTA

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TONDELA, 23/6/2022 – Recebi um alerta de pessoa atenta, de que, nas proximidades do Santuário de Nossa Senhora do Crasto, a cerca de três quilómetros da cidade, algo aconteceu com uma peça do património arqueológico do concelho.   Que uma máquina, em trabalho, mutilou um Lagar ou Lagareta, que tem a ver com a fixação do homem de antanho na nossa região há milhares de anos.

A dar fé à informação, numa primeira vista de olhos no local, em volta do castro, nada vislumbrei, esperando voltar lá, na companhia de alguém conhecedor, mas alertei, ainda, o vereador do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Tondela, no sentido de apurar, até que ponto, a informação é verdadeira e procurar chegar à fala com o operador dessa máquina.

Sobre este assunto, por enquanto, aguardo novos desenvolvimentos, pois as gentes de Vila Jusã, ainda nada sabem sobre o assunto.

• UM SANTUÁRIO QUASE ABANDONADO

Olhando com olhos de ver a igreja, as quatro capelas existentes pela monumental escadaria acima e o vasto recinto murado, verifico, com mágoa, que tudo está ensilvado e ervado, além das espinheiras que crescem a esmo, cujas raízes se infiltram nas pedras, para ver quem tem mais força: se as pedras, se a natureza.

Depois, dentro e fora do recinto, os matagais crescem livremente, mais parecendo que local tão aprazível e de tanta arte de cantaria, foi votado ao abandono. Julgo que tudo deveria ser limpo em volta do santuário, como fizeram na Senhora da Esperança. Valia mais cresceram lá videiras, do que eucaliptos e pinheiros e outras árvores mais. Orgulhem-se daquele santuário e não o abandonem…

O santuário merece um olhar atento dos nossos autarcas, quer da Junta, quer do Município para que, de uma vez por todas, seja gizado um projecto de recuperação do património edificado, sem esquecer a sua limpeza geral, a iluminação e a desmatação envolvente no exterior, onde há um palco e algumas mesas e bancos de pedra.

Olhe-se para o Santuário de Nossa Senhora da Esperança. Que maravilha!!

• PALACETE DAS SENHORAS DE ALMAÇA

O palacete das Senhoras de Almaça, ainda em Vila Jusã, Lobão da Beira, foi atingido por um incêndio há anos e, passado tanto tempo, ainda não foi recuperado, para colocar ao serviço da cultura ou de alguma obra social, no campo de um centro de Dia e Lar.

Segundo fonte digna de crédito, já existiu um projecto, aqui há anos, com o anúncio de uma certa verba, mas o que é certo, é que o palacete continua a desafiar a sensibilidade de quem por ali passa.

 

• RIBEIRA DE LOBÃO, RIBEIRA DA VÁRZEA, OU RIBEIRA DE MATAGAIS?

Um outro quadro que fere a sensibilidade de quem transita da Várzea para Lobão e vice-versa, é o estado calamitoso e indecente, em que se encontra o leito da Ribeira de Lobão, também conhecida como Ribeira da Várzea.

As plantas em pleno leito da ribeira, tapam, quase por completo, a água que ainda corre sob a ponte que une as margens.

A solução, é a sua limpeza total, ou braçal ou manual, acabando-se com tão degradante visual.

Depois, repare-se o açude para criar um “espelho de água”, que dê outra beleza, às proximidades da capela e do recinto de S. Simão, hoje animado por alguns arranjos e por um court de ténis, que deve ter ocupação e não estar ali só para “vistas”.

ZÉ BEIRÃO (*)

(*) Jornalista