POETISA FILIPA DUARTE DEIXOU-NOS
Foi com imensa mágoa que vimos partir em 2 de Setembro, a poetisa Filipa Duarte que, desde 1991, nos habituou a ler e a sentir os seus poemas, que a celebrizaram no mundo da poesia do concelho de Tondela e da região das Beiras.
Escrevia poemas desde os 16 anos de idade, mas só em 1976, após o regresso, forçado, do Ultramar, publica, pela primeira vez, poemas seus.
Filipa Duarte, nome poético de Maria de Lurdes Marques de Loureiro e Silva, era casada com o também nosso amigo, Eng.º Albino dos Santos Silva e mãe de Renato, Rui e Ricardo de Loureiro e Silva, eng.º de informática.
- VIDA E OBRA DE FILIPA DUARTE
Maria de Lurdes Marques de Loureiro Silva, era natural da freguesia de Dardavaz, do concelho de Tondela, onde nasceu em 1949 e, ainda menina, foi para Angola com os pais, onde passou a sua mocidade, estudou e fez o seu percurso académico, na então cidade de Nova Lisboa. Era Engenheira Agrónoma com o Mestrado em Agricultura, Ambiente e Mercados.
Em 1975, com a independência de Angola e, apenas com 26 anos, regressa a Tondela, onde residia e teve de refazer a sua vida.
Desenvolveu funções no Instituto de Investigação Agronómica de Angola no Departamento de Solos e na Estação Agrária de Viseu na Área da Protecção das Culturas – Herbologia, durante 39 anos. Pertencia à Associação Portuguesa de Poetas desde 1988, tendo recebido o Prémio Anim’arte, em Viseu, no dia 12 de Junho de 2010.
Participou com poemas seus em várias Antologias de poesia, em 1988, 1989, 1990, 1994, 2005, 2006, 2007 e 2008 e ainda em “Emoções de Ângela Escada”, raridade, 2004, “Páginas Lentas, Páginas Lentas 2 e 3”, edição GICAV 2008, 2009 e 2010 e “Antologia Poética” – Viseu 2011, editora Bichinho da Escrita.
Fez a revisão e comentou vários livros de poesia de autores seus conhecidos e amigos e escreveu vários livros de poesia, que foi publicando, desde 1988, a 2017. Precisamente em 21 de Março de 2017, publicou “Sul & Norte – um hino à amizade”, com revisão e comentário do Dr. António Soares Marques, antigo presidente do Município de Mangualde, Governador Civil de Viseu e professor do Ensino Superior e ainda da Dr.ª Filomena Matos, professora do Ensino Básico 2.º Ciclo e de Patrícia Matos.
Em 2018, no lançamento do livro “Alvorecer da Imprensa de Tondela”, do jornalista Zé Beirão, leu vários poemas antigos sobre Tondela e, durante muitos anos, foi colaboradora, lendo poemas seus, na Emissora das Beiras, tomando parte nas suas festas anuais.
Desapareceu da sua e nossa cidade, uma grande poetisa do concelho e uma grande amiga. Dela, agora, apenas resta a saudade…
Nesta hora de dor e de luto, só nos resta apresentar aos também nossos amigos, Eng.º Silva, filhos, noras e netos, o nosso mais sentido pesar.