TONDELA: Saúde sem médicos e Tribunal sem Juiz !!
Em Governos constituídos em função do pagamento de favores, à exigência dos partidos políticos, nem sempre se escolhem os melhores e mais capazes, para os diversos cargos ou ministérios atribuídos.
Sem carácter selectivo, os chefes do executivo, entregam as diversas pastas a pessoas, muitas vezes sem qualquer preparação para desempenhar tarefas para as quais não têm competência.
Assim sendo, não é de estranhar que este ou aquele ministro, cometa erros de palmatória e deixam perplexos aqueles que foram chamados às urnas para votar e neles confiaram, atendendo, apenas, nos pressupostos de costumeiras promessas, lançadas na praça pública e que o “Zé Povinho”, distraído e incauto, acredita piamente.
Começam por mudar os nomes das instituições, como se isso fosse a panaceia dos males por que passam os variados sectores da vida social e administrativa do país e nunca são capazes de ir ao âmago das questões.
A saúde, o ensino e a justiça, são exemplos acabados de áreas cruciais sem rei nem roque, que ilustram, sem qualquer dúvida, a incapacidade daqueles que foram investidos em cargos para os quais não estavam minimamente habilitados.
Não seria necessário receber um comunicado da Comissão Política do PSD de Tondela, para chegar á conclusão de que existem serviços públicos no país que não servem ou que servem mal os interesses das nossas terras e das nossas gentes, que, reiteradamente, deixam transparecer os problemas que, de quando em quando, os afectam, sobremaneira, fruto do desnorte do Estado Central.
O sector da saúde é um dos que mais debilidades apresenta, havendo problemas em quase todos os blocos de urgência, em particular nas áreas da obstetrícia e ginecologia, estando em cima da mesa propostas de encerramento de alguns blocos.
Infelizmente, o concelho de Tondela não é excepção.
Os cuidados de saúde primários às nossas populações atravessam hoje um momento de grande preocupação e incerteza, como diz o PSD e nós próprios, diariamente, o constatamos, porque sofremos na carne e no espírito, os efeitos desse deixa andar, com reflexos negativos para as nossas terras e as nossas gentes.
O Centro de Saúde da cidade, agora pomposamente denominado de Unidade de Saúde Familiar de Tondela, mas que nada muda em relação aos poucos serviços que presta, por motivos diversos, tem hoje uma enorme carência de médicos, o que coloca em causa a prestação de assistência que, em Molelos, sua extensão, atingiu um patamar de tal ordem grave, onde as consultas têm um carácter intermitente, havendo médico durante algumas horas por semana.
Como dizem os sociais-democratas, a somar a esta falta de profissionais, não é possível a nenhum novo utente inscrever-se nesta unidade para obter médico de família, sendo aconselhados a deslocar-se para outros pontos do concelho, o que é, verdadeiramente, estranho e inconcebível.
A Extensão de Saúde de Canas de Santa Maria, agora também arvorada em Unidade de Saúde Familiar, está também com o mesmo problema, cujo reflexo é notório na Extensão da Lajeosa do Dão, pois, à semelhança de Molelos, também não tem médico em permanência, mais parecendo que a nossa região se situa num qualquer sertão africano, no meio do mato, sem gente e sem vida económica e social.
UM TRIBUNAL SEM JUIZ !!
Mas as debilidades nas áreas essenciais do Estado central não se ficam por aqui. O Tribunal de Tondela não tem, neste momento, juiz e não há previsão para quando o possa ter, ficando parados todos os julgamentos até data incerta, contrariando o princípio basilar da justiça, que é a celeridade.
Até quando o governo legitimado por uma maioria absoluta vai continuar a deixar degradar os nossos serviços públicos? Para quando a colocação de profissionais de saúde para garantir o básico nos acessos a cuidados de saúde primários?
E o tribunal? Para quando a colocação de magistrado? Ou será este o mote para encerrar em definitivo o juízo de competência genérica, numa casa onde, antes desta reforma, tinha sido criado um segundo Juizo, que nunca foi instalado? Como assevera a comissão política do PSD de Tondela, viver no interior do país não pode ser uma fatalidade.
Muito mais haveria a dizer, sobre a maneira aligeirada e pouco democrática dos nossos governantes, quando estão em causa os superiores interesses das populações do interior. Mas fiquemos, hoje, por aqui.
Então, até p’rá semana, se Deus quiser.