COMUNICAÇÃO SOCIAL DO PAÍS visitou obras de reabilitação de habitações destruídas pelo incêndio de 2017

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A fim de dar a conhecer aos órgãos da informação regional e nacional, o andamento dos trabalhos de recuperação de habitações destruídas pelos incêndios de 2017, o Município de Tondela proporcionou uma visita guiada a várias obras nalgumas freguesias do concelho, que teve lugar no dia 12 de Outubro.

Tanto o presidente do Município, José António de Jesus, e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, deram todas as explicações aos jornalistas, sobre o Programa de Apoio à Recuperação de Habitações Permanentes (PARHP).

50 habitações já concluídas

No dia 15 de Outubro foi assinalada a passagem do primeiro ano sobre os trágicos incêndios de Outubro de 2017, que consumiram grande parte do concelho de Tondela, atingindo mais de 150 habitações permanentes, cerca de duas centenas de segundas habitações e habitações devolutas, cerca de 70 empresas de diferentes áreas de actividade, provocando ainda a morte a três pessoas.

Lembrando essa efeméride, o presidente da Câmara de Tondela teve oportunidade de anunciar que, no dia 15 de Outubro, um ano depois, seriam inauguradas 15 casas, cuja intervenção teve um valor unitário superior a 25 mil euros.

“Queremos dizer que 15 destas operações (das 71 com intervenções superiores a 25 mil euros) estarão concluídas e muitas das 49 (com intervenções inferiores a 25 mil euros) já estão concluídas. O somatório de umas e de outras, representa praticamente 50 habitações já concluídas”, precisou José António Jesus.

No decorrer da visita às casas que estão concluídas e ainda estão em execução, o autarca assumiu aos jornalistas que quis mostrar “a grande complexidade” que foi todo o processo de recuperação de casas depois dos incêndios de 15 de Outubro de 2017.

Situação de grande complexidade

“Esta visita de hoje evidencia uma coisa muito importante, não estamos a falar de uma situação que seja normal, estamos a falar de uma situação de grande complexidade e a generalidade vai estar concluída até ao final do presente ano”, prometeu.

De fora ficam oito habitações cujas obras ainda não se reiniciaram porque, explicou o autarca, “foi sempre esperado até ao limite que as pessoas entregassem os documentos necessários e suficientes para se poder desencadear a operação de reconstrução ou de construção de raiz”.

José António Jesus explicou durante a visita de várias horas na tarde da última sexta-feira, que terminaria já de noite, que havia pessoas que não tinham o registo de propriedade, “porque apesar de estarem feitas as partilhas ainda não estavam as casas nos nomes dos herdeiros”.

Também há em Tondela casos de reconstruções noutros locais “por causa do risco que havia, como risco de incêndio por estarem em área florestal” ou como no caso de Rita Martins que, explicou o autarca, “vivia com o seu agregado familiar numa casa de encosta que apresentava riscos e tinha espaços muito exíguos”.

Município com maior dimensão de danos

“Conseguimos reconstruir uma outra casa, a mais ou menos 300 metros da que tinha, num terreno que a senhora possuía, mas aqui não terá os riscos da encosta e terá áreas mais espaçosas para o seu agregado familiar”, explicou José António Jesus.

Entre os vários proprietários visitados no início da tarde, todos eles têm ainda gravado na memória, “e nunca será esquecido”, dizem, o que se passou no ano passado mas, por agora, o que ocupa as suas cabeças é a “ansiedade de regressar” ao seu lar, “apesar de não ter todas as coisinhas” que antes tinham.

Segundo o autarca, o concelho foi analisado separadamente por ser um dos que “apresentava maior dimensão de danos”, tendo sido feita “consulta prévia a três prestadores de serviço e, dessa consulta prévia, foi adjudicado um lote com 94 intervenções e estas 94 tinham 74 reconstruções totais e 20 reconstruções parciais de grande dimensão”.

Primeiro Município a apresentar formulários

A presidente da CCDR Centro elogiou o autarca tondelense pelo desempenho no trabalho, lembrando que “Tondela foi o município que apresentou em primeiro lugar os formulários preenchidos pelas famílias” e também por isso, disse Ana Abrunhosa, “foi possível, em termos dos procedimentos, avançar mais rapidamente”.

“Globalmente, já recebemos 1305 pedidos de apoio, são considerados validados 828 pedidos e aqui estão incluídos 29 apetrechamentos, no caso dos arrendamentos nós só apoiamos o apetrechamento para equipar a sua nova casa que se arrende, 435 reconstruções parciais e 364 de reconstruções totais”, esclareceu Ana Abrunhosa, relativamente à sua área de abrangência e do incêndio de 15 de Outubro de 2017.

Em Tondela as coisas andaram mais rápidas !

Ainda na região Centro, e sobre o mesmo incêndio, a responsável acrescentou que dos 828 pedidos englobados no programa de apoio, “285 estão concluídos, sem distinguir se é até 25 ou acima de 25 mil euros, é tudo, e estão em obra mais de 455 habitações em diferentes fases”.

“Em Tondela, é o sítio onde as coisas começaram mais cedo e andam mais rápido, tivemos enquadrados no programa de apoio 119, inicialmente, estão concluídas a 15 de Outubro, cerca de 50 habitações e temos depois 60 e poucas em execução e oito cuja obra ainda não se iniciou por vários motivos”, clarificou.

Ana Abrunhosa admitiu ainda que, de toda a zona centro, “Tondela e Oliveira do Hospital são os dois concelhos mais complexos” no que toca a diversos casos específicos até porque, justificou, “a natureza humana é feita de muitas matizes”.