Foi realizada neste último Domingo (27 de Março) uma sessão ordinária da Assembleia-Geral da ANCU (Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar), com sede em Tondela.
Durante a sessão, a que presidiu o antigo Furriel Lopes da Rosa, na ausência do presidente, foram anunciadas as comemorações dos 40 anos de vida da instituição, fundada na cidade de Guimarães em 1982.
Na circunstância, o presidente da Direcção, Capitão António Ferraz, anunciou aos antigos combatentes presentes, que este ano seriam festejados, condignamente, os 40 anos da ANCU, para os quais serão convidados todos os antigos combatentes, núcleos e famílias, a Câmara Municipal de Tondela e o Presidente da República, entre outras individualidades, onde irá ser lançado um livro que honrará a memória dos 49 militares do concelho de Tondela, tombados ao serviço da Pátria durante os 13 anos que durou a Guerra Colonial.
António Ferraz lembrou os primeiros tempos da Associação em Guimarães, cujo fundador foi o Dr. João Barroso da Fonte e que, pelas dificuldades sentidas em relação a um município que não colaborava com a instituição, a necessidade de mudança da sede para Tondela, cuja autarquia, sempre apoiou os antigos combatentes.
Explicados todos os números do relatório de contas dos dois anos findos, foi o mesmo aprovado por unanimidade e, por unanimidade, foi aprovado um voto de louvor à Direcção da ANCU, pelo magnífico trabalho que tem realizado durante o presente mandato, que termina este ano e que, em grande parte, foi afectado pelo problema da COVID 19. Igualmente foi aprovado o Plano de Actividades para 2022, que prevê a participação no Dia do Combatente, o 10 de Junho, o passeio da Primavera e as festas dos 40 anos da Associação, para além, naturalmente, de continuar a prestar todo o apoio aos combatentes portadores do stress pós-traumático de guerra, no posto médico da colectividade, através de pessoal especializado e, para o qual, o Ministério da Defesa comparticipa com 80% nas despesas.
- COMBATENTES DO INTERIOR SEM ACESSO
- A TRANSPORTES GRATUITOS
Na sessão a que aludimos, foram apreciadas as queixas dos antigos combatentes em relação ao Estatuto do Combatente, que ficou muito aquém do desejado, pois se constata, mais uma vez, que os benefícios são muito insuficientes e não satisfazem os sacrifícios que passaram nas plagas africanas, onde se jogavam as fronteiras de Portugal, ou a defesa de quem lá vivia e que não esquecem os que deram a sua vida pela Pátria, com imensos a ficarem lá sepultados, sem honras nem glória.
Na questão dos transportes públicos gratuitos, só os que residem nas grandes cidades têm direito a eles, não chegando o benefício aos que residem no interior do país.
Ter um cartão onde se diz “Titular de Reconhecimento da Nação” e uma insígnia para colocar na lapela, é muito pouco para os antigos combatentes.
ZÉ BEIRÃO