A ANCU – Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, com sede em Tondela, depositou este domingo, dia 13 de Setembro, um ramo de flores, junto ao Monumento dos Combatentes, na cidade.
O gesto simbólico marcou também os 38 anos de vida daquela associação, que viu ser aprovado recentemente o “estatuto do combatente”, considerado “pobre” por parte dos seus responsáveis.
A cerimónia serviu igualmente para lembrar, mais uma vez, os mortos em combate do concelho de Tondela que foram 49 combatentes da guerra colonial.
Entretanto, a todos os combatentes, será atribuído um “cartão de antigo combatente”, em cor preto carregado e por baixo, a menção “titular de reconhecimento da nação”. Entre outras “regalias”, estão a isenção de taxas moderadoras, a gratuitidade do passe intermodal dos transportes públicos das áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais, assim como o acesso gratuito a museus e monumentos nacionais.
País de miseráveis…
Coitados dos antigos combatentes do Ultramar. Deram tudo, até a própria vida, para chegarem ao fim de 60 e 50 anos, a verem-se “reconhecidos” com umas míseras migalhas, enquanto os “chefes” da guerra, aqueles que os obrigaram a pegar em armas nos territórios ultramarinos, auferem gordas pensões de aposentadoria, senhoria e comedoria, até com direito a fartos tachos em postos de comando nas Forças Armadas, GNR,s e PSP’s.
Até a triste esmola dita das “vindimas” (100 euros ou pouco mais por ano), tiraram e não mais restituíram.
Os antigos militares de países colonizados, quer sejam americanos, ingleses e franceses, esses, têm sido tratados fidalgamente. Portugal não é um país miserável. É um país de miseráveis. De políticos chulos, que só olham para o seu umbigo e nada mais.
NOTA: Como sócio fundador n.º 1 do antigo Núcleo de Tondela, nada me chegou, via postal ou internet, que informasse sobre o acto que aqui se reporta, ao qual não assisti.
Joaquim Duarte Pereira (Zé Beirão)
(Antigo combatente em Moçambique 1961/64)